Sobre

Mocambo. O termo, provavelmente advindo do quicongo ‘mukambu’, carrega alguns significados comumente associados ao ato de fuga de pessoas negras das dinâmicas e processos da escravização, tanto no Brasil, quanto em outros países das Américas.
Etimologicamente, a palavra significa “pau de fieira”, um tipo de suporte usado para erguer telhados de pequenas cabanas nos acampamentos quilombolas. Durante o processo de colonização no Brasil, a palavra já foi utilizada pela dominação portuguesa para denominar os ajuntamentos feitos por pessoas até então escravizadas que se refugiavam no mato. Algumas denominações apontam ainda que eles foram os precursores dos quilombos. Outras, que um quilombo era justamente formado pela reunião de diferentes mocambos num mesmo lugar.
Apesar das diferentes interpretações, é possível traçar um atravessamento que as une: um conceito que está intimamente ligado à ideia de esconderijo, refúgio e resistência.
Sobre essas palavras, nos firmamos, buscando construir, em coletivo, um novo mocambo que possa se ajuntar ao grande quilombo que representa o cinema negro brasileiro - e quiçá, de outras nacionalidades - na contemporaneidade. Um cineclube que não apenas lance questões e referências a fim de complexificar as discussões em torno do cinema negro, mas que sirva enquanto espaço de encontro e conversa para o traçamento de possíveis rotas.
Cinco sessões e debates que ocorrerão de forma on-line entre os meses de setembro e dezembro de 2021 compõem a primeira temporada do Cineclube Mocambo. A iniciativa pretende reunir filmes de pessoas negras produzidos no Brasil, em África e nos demais países ao redor do globo, com o objetivo de apontar, a partir das obras e dos debates suscitados por elas, a complexidade da produção artística e da experiência da negrura em nosso país e na diáspora africana.
Fica o convite para que você também faça parte dessa construção, assistindo aos filmes programados, engajando-se nos debates com convidadas e convidados especiais, e compartilhando as questões aqui levantadas com sua família, amigos e colegas. Afinal, algo que a experiência recente do cinema negro brasileiro tem constantemente nos mostrado é: nos fortalecemos mais quando estamos juntes, juntas e juntos. Que o Cineclube Mocambo seja mais um refúgio para ecoar as nossas ideias.
O Cineclube Mocambo é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, por meio do Edital BH nas Telas [Fundo 2020] e tem o apoio da produtora Ponta de Anzol, do Projeto Pretança do Centro Universitário Una, do Ficine (Fórum Itinerante de Cinema Negro), da distribuidora Reservoir Docs e da Cinemateca da Embaixada da França no Brasil.

  • Coordenação geral e produção: Gabriel Araújo e Jacson Dias
  • Curadoria: Gabriel Araújo, Jacson Dias, Tatiana Carvalho Costa
  • Designer e identidade visual: Amadeus Rocha
  • Desenvolvedor Web: Francisco Grynberg
  • Comunicação: Mariana Cordeiro e Milena Geovana
  • Vinheta: Maick Hannder
  • Legendagem: Ponta de Anzol Filmes

  • Contato: [email protected]

  • Agradecimentos: Amanda Lira, Bruno Greco, Cliver Honorato, Diego Silva Souza, Edson Araújo, Heitor Augusto, Higor Gomes, Giselle Augusta, Iakima Delamare, Isabel Araújo, Janaína Oliveira, Jean de Jesus, Jenny Cardoso, Júlia Mesquita, Kariny Martins, Larissa Muniz, Layla Braz, Lorenna Rocha, Lucas Honorato, Madeleine Molyneaux, Maick Hannder, Manu Zilveti.